OLD HENRY
Pelo início do filme – trilha, paisagens, fatos e narrativa in off – já intuimos que se trata de um faroeste diferente, especial. A história na verdade é simples, embora vá surpreender. Mas o mérito está na maneira de os acontecimentos serem mostrados, de contar os fatos, com ótima trilha, algum mistério e muita tensão. Mérito do roteirista e diretor americano Potsy Ponciroli e do elenco, pequeno mas afinadíssimo, capitaneado pelo ator Tim Blake Nelson (A balada de Buster Scruggs), excelente. O cenário é o da primeira década do século 20 (Oklahoma), quando o Velho Oeste já estava começando a se civilizar, embora o homem ainda tivesse que se defender, à família e às suas propriedades com o uso do velho colt e da velha winchester. A propósito, fundamental no filme o relacionamento, não sem conflitos, entre pai e filho. Um filme instigante, que prende a atenção todo o tempo, imprevisível em várias cenas e que em determinados momentos coloca o espectador diante de dilemas e de segredos a serem investigados e decifrados. Muitas vezes lento, sempre cru e realista, um belo westerns que narra de forma muito atraente uma história que poderia ser banal, mas com enfoques originais e sem perder de vista os momentos do velho e inesquecível bang bang. O bom, na verdade, é vê-lo sem saber muitos detalhes. Sua estreia mundial ocorreu em setembro de 2021, no Festival de Cinema de Veneza. 8,9