O TÚNEL

Teve uma época em que o cinema americano exibiu vários filmes de um mesmo estilo, que acabou ficando conhecido como “cinema catástrofe”. “O destino do Poseidon”, “O inferno na torre” e “Terremoto” foram três deles e que fizeram grande sucesso. O tempo passou e esses filmes se tornaram mais escassos, embora a tecnologia fosse ficando cada vez mais aperfeiçoada em termos de efeitos especiais e nos últimos anos tenha havido produções que também se enquadram no referido modelo, só que com muito maior impacto de imagens.  Este filme não tem efeitos especiais e não é americano e sim norueguês, mas os nórdicos aprenderam direitinho a receita do bolo, sabendo salpicar e dosar os ingredientes, de modo a misturar de forma bastante competente o drama, a ação e o suspense, que vai aumentando de forma gradual e progressiva, com som, imagem e trilha nos lugares certos, sendo neste caso desnecessários os ditos efeitos, pois se trata de uma história eminentemente de pessoas. Só que essa “imitação” se dá segundo o jeito norueguês de contar uma história, o que alivia em muito os “americanismos”, leia-se “exageros” e “heroísmos baratos”, tornando a obra muito mais verossímil e nesse sentido mais interessante e até mais dramática. Desse modo, temos um filme que, embora não seja exatamente memorável, traz bastante tensão e é feito de uma maneira mais legítima e que valoriza a angústia que o espectador vai sentindo à medida em que se envolve na trama, que –dizem os letreiros iniciais- se baseia em fatos nada incomuns na Noruega. Além do enfoque diferente em relação ao cinema americano, o filme ainda tem o diferencial do clima, porque efetivamente quando imaginamos os acontecimentos trazidos pela história e naquela situação de intenso frio e neve, a claustrofobia dos personagens passa a ser quase palpável. Uma obra realista e com bastante suspense e emoção, principalmente em sua parte final, que vai agradar bastante os fãs do gênero e mesmo os que apenas apreciam um bom filme e que entrega o que promete.  8,5