O PODEROSO CHEFÃO III
Este filme de 1990 foi indicado a seis Oscars, mas não ganhou nenhum (embora impecáveis alguns de seus elementos, como a direção de arte, a fotografia, a atuação de Al Pacino…). De fato, não comparação com os anteriores, em termos de qualidade (inclusive de roteiro), impacto e interesse. Talvez grande parte de seu demérito esteja vinculado com as relações que acabaram envolvendo o império de Michael Corleone e a máfia com a Igreja e o Vaticano especificando, girando boa parte do filme em torno dos interesses políticos e financeiros dessas instituições. Esse aspecto tanto tirou ânimo do espectador, como perturbou a própria dinâmica da história, havendo alguns momentos forçados e outros que ficaram arrastados ou se mostraram desnecessários. Nesse contexto, o próprio personagem do bom ator Andy Garcia demorou a ganhar interesse, parecendo sem sentido no início e só depois se tornando interessante. Mesmo assim, é boa a atuação do sempre ótimo Joe Mantegna e também da filha do diretor, Sofia Coppola (que viria a ser mais tarde uma grande diretora de cinema), que foi chamada para o filme de última hora, no lugar da atriz Winona Ryder. Apesar de tudo e embora não tenha a força e o charme coeso dos filmes anteriores, o filme tem seus valores e sua parte final é melancólica e também acena com uma importante mensagem sobre o desaguar de todos os fatos anteriores, envolvendo o resultado de todas as lutas da “família” para construir e manter um império poderoso e organizado. Inclusive nessa parte final, Al Pacino, apesar de um ou outro instante morno, mostra o ator espetacular que é, e o fecho da trilogia ocorre de uma forma pungente e que de certo modo a valoriza de uma maneira talvez inesperada. 8,6