MISSÃO IMPOSSÍVEL 8 – O ACERTO FINAL (MISSION: IMPOSSIBLE – THE FINAL RECKONING)

Este filme lançado em 2025 e que se anuncia como o derradeiro de uma franquia muitíssimo bem sucedida, para a grande maioria dos que o veem é definido por uma palavra apenas: um filmaço ! Na verdade, é a segunda parte do filme anterior, mas não é indispensável se assistir a ele para se entender este: até porque aqui existe um longo tempo destinado a homenagear os filmes anteriores da franquia, inclusive com diversas cenas, memoráveis, já vistas nos outros filmes. Não sei se é, de fato, o final da saga, mas será uma pena, dada a escassez de outras obras cinematográficas semelhantes, inclusive considerada a entressafra dos filmes do James Bond, que certamente não terá mais o seu ótimo e carismático protagonista Daniel Craig. Voltando ao filme, até pouco mais de sua metade, não parece nada diferente dos demais (tirando o tributo que faz à obra toda), sendo mais destinado aos fãs e constituindo apenas uma mera diversão para parte do público. Muitos flashbacks, um roteiro não tão fácil de acompanhar pela sua relativa prolixidade, uma sensação de “falta de amarras adequadas” à história e se segue com o interesse natural, já que todo o tempo desperta a atenção não só pelo que se vê na tela, mas também pelo que se imagina vá acontecer. Cruise, que participa de todas as etapas de produção com atenção exigente e competência, já não consegue disfarçar no rosto (com maquiagem e procedimentos estéticos) ser um sexagenário, mas mantém aparentemente a ótima forma física e a disposição inclusive para fazer cenas sem dublê, sendo nesse ponto imbatível (aliás, a última Olimpíada provou isso para o mundo). A partir de certo ponto do filme, entretanto, a adrenalina passa realmente a correr solta, exigindo do espectador, como sempre, a devida libertação do que é verossímel para mergulhar nos belos e inesquecíveis voos da fantasia, com tudo o que a tecnologia atual pode oferecer para filmes de ação e aventura: e as cenas subaquáticas e principalmente as do final do filme, no ar e envolvendo dois aviões monomotores, são simplesmente espetaculares e de tirar o fôlego. Na porção derradeira do filme, após envolventes viagens por vários e exuberantes locais do mundo, além da ação, haverá também momentos de grande emoção (para todos), principalmente se for para dizer adeus a uma franquia de inegável êxito e que deixa o cinema órfão em um deserto carente de produções semelhantes. O diretor (e roteirista) aqui é o mesmo Christopher McQuarrie dos filmes de 2015, 2018 e 2023 e o elenco repete naturalmente, ao lado de Cruise, vários nomes da primeira parte: Hayley Atwell, Ving Rhames e Simon Pegg, o vilão (ou não totalmente?) Esai Morales, Henry Czerny, Vanessa Kirby, Pom Klementieff e Indira Varma, trazendo agora Hannah Waddingham, Tramell Tillman, a excelente Angela Bassett como presidente dos EUA em (situação crítica de comando) e o surpreendente retorno do personagem de Rolf Saxon. Em resumo: para quem não é especialmente fã, uma razoável diversão até pouco mais da metade e um ótimo e empolgante filme em seu terço final e para os fãs algo realmente especial e imperdível, coroando a  franquia com o brilho esperado. 9,0.

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