LONGING

Dois dos significados do título original deste filme americano de 2024 são “saudade” e “nostalgia”. E não poderia, de fato, haver título mais adequado para a história que aqui é contada, o que, aliás, sempre foi marcante no cinema americano: a capacidade de dar ótimos nomes aos filmes (o que não ocorre com os títulos em português, como regra). Este é um filme difícil, sob certo aspecto bastante pesado e que em sua segunda metade surpreenderá o espectador com fatos que beiram a bizarrice, mas que talvez mais bem pensados ou sentidos possam ter algum nexo lógico, principalmente se avaliados sob o ponto de vista dos sentimentos ou precisamente dos personagens envolvidos. Seja como for, é uma obra complicada de definir quanto ao público que a apreciará. Até porque no IMDb a média é de 4,6, dada por três centenas de pessoas. Talvez até pessoas que tenham filhos sejam mais sensíveis aos fatos do filme…uma boa probabilidade, como também a de cair mais no agrado dos mais velhos. São conjeturas apenas, mas é um tipo de filme que costuma gerar opiniões bem divergentes: os que gostaram bastante dele (meu caso) e os que o detestaram. É um roteiro bem escrito (na verdade um remake do filme de 2017), denso, com temas fortes e sua maior força repousa primordialmente em três fatores: na excelente e sensível direção do israelense Savi Gabizon, na ótima interpretação de todo o elenco, principalmente do protagonista, o veterano e carismático – e ótimo ator -Richard Gere e na imprevisibilidade dos fatos, que muitas vezes habilmente contrariam o que era de se esperar ou algumas expectativas “clichê”. Também atuam no filme Suzanne Clément e Diane Kruger e quem dele gostar terá boas e legítimas emoções – e nesse caso, até o que soa meio bizarro pode se revelar perfeitamente aceitável (e até belo ou lírico), dentro do contexto apresentado. 8,8