FALE COMIGO (TALK TO ME)
Este é um filme de terror australiano, produzido em 2022 e que tem sido a sensação do momento, tendo participado inclusive do famoso Festival Sundance (2023). Não é muito meu gênero, mas tenho que reconhecer que para os apreciadores é algo realmente imperdível. A direção e a trilha sonora são espetaculares, assim como a montagem, a fotografia; e o elenco jovem se sai muitíssimo bem, havendo momentos de interpretação intensa e marcante de alguns atores e atrizese cenas memoráveis, inclusive de violência que poucas vezes vi no cinema. Por esse motivo, é recomendável para fãs do gênero, mas também para quem têm estômago forte. A trama não é complexa, podendo a história ser tida até como simples: definida exatamente como tem feito a mídia, como uma jornada macabra de alguns jovens, às voltas com a invocação de espíritos. Mas aqui, em clima de tensão permanente, surgem vários contextos possíveis de análise em torno de um certo realismo incomum aos filmes de terror e da densidade de alguns personagens, principalmente da protagonista Mia. O roteiro, além disso, conclui o filme de um modo absolutamente coerente e também assustador, embora possa ser misterioso para alguns (que não entenderam o final). O elenco harmônico e de jovens talentosos (além da ótima presença de Miranda Otto no papel da mãe, mas não estereotipada!) é formado por Sophie Wilde (Mia), Joe Bird, Alexandra Jensen, Zoe Terakes, Otis Dhanji e Ari McCarthy, entre outros. Os diretores são Danny e Michael Philippou, irmãos gêmeos australianos e que estreiam (magnificamente) em longas metragens. Como referido no início, para quem gosta do gênero é um filme indispensável, tendo elementos até para virar um clássico. Para os que não apreciam tanto o terror, porém, mesmo assim vale a pena dar uma olhada, por suas qualidades cinematográficas. 9,0