ESTRANHOS PRAZERES (STRANGE DAYS)
A diretora deste filme, Kathryn Bigelow, recebeu-o das mãos de seu ex-marido James Cameron, que escreveu o roteiro. E fez um ótimo trabalho. Ela viria, aliás, em 2008, a ser a primeira mulher a ganhar um Oscar de Direção, pelo filme Guerra ao terror (The hurt locker). A história aqui é futurista, dramática e ousada, pois escrita em 1995 sobre acontecimentos previstos para quatro a cinco anos depois, em uma Los Angeles totalmente alucinada, suja, caótica, violenta, onde convivem com as luzes, a fumaça e o neon drogados, prostitutas, cafetões e marginais de toda espécie. É um filme de ficção, mas com algumas pitadas filosóficas em meio à ação e ao permanente duelo proposto, entre tecnologia e humanidade. Nada de novo nesse item e em alguns momentos talvez o filme pudesse ter até um melhor desenvolvimento. Mas ele é harmônico em sua grande parte, com algum mistério, muito suspense e ação, um thriller de ficção científica, afinal. Onde brilham principalmente Ralph Fiennes (que tinha 36 anos à época, já havia feito O paciente inglês, O jardineiro fiel e faria, entre outros, A escavação e alguns das séries Harry Potter e 007) e Angela Bassett (que ganhou recentemente o Globo de Ouro e o Critics Choice Movies Awards como Coadjuvante em Pantera Negra: Wakanda para sempre). Também está muito bem Juliette Lewis, que havia despontado em Aprendiz de sonhador e se revelado de um modo contundente em Kalifórnia e Assassinos por natureza, um ano antes. E de conhecidos atuam Vincent D´Onofrio, William Fichtner e Tom Sizemore. Boa história, diferente, ótimo ritmo, bela trilha sonora, uma boa diversão e com uma parte final com boas doses de adrenalina. 8,7