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DOGMAN

Desde a primeira cena este filme francês de 2023 se revela instigante e passa a vestir inclusive alguns lugares-comuns com trajes de originalidade e elevada qualidade cinematográfica, além de também harmonizar o conjunto com som, trilha, ritmo/ação, mistério e suspense. Luc Besson é um diretor diferente e seus filmes têm sempre um algo mais. São dele, por exemplo, produções como Imensidão azul, Nikita, O quinto elemento, Lucy e O profissional. Aqui, um roteiro que até se mostra fantasioso em alguns momentos, mas com cores de humanidade e sempre a serviço do resultado pretendido. Há instantes tensos, cruéis, mas também líricos em meio à violência e ao caos, que já começa pelas origens do personagem, permanecendo as trevas por toda a sua complexa e contundente trajetória. A história acumula tons poderosos e arrebatadores de drama e emoção, tanto pela direção, como pela interpretação extraordinária do ator Caleb Landry Jones, americano e que também é músico. Um roteiro que resgata a velha luta da sobrevivência em um mundo injusto e cruel, do bem contra o mal, mas com ingredientes mais sofisticados e inovadores, em meio aos convencionais, sendo a mensagem forte, pungente e que de fato sensibiliza e nos alimenta e alvoroça os sentidos todo o tempo, inclusive fazendo com que os “absurdos ou exageros” sejam engolidos pela magia toda. Alguns inclusive já o classificam como filme cult. E o final é simplesmente espetacular. 9,3