DANÇA COM LOBOS

danaFilme dirigido e interpretado por Kevin Costner  (estreando como diretor) e que já começa com jeito de épico: um roteiro que pretende ser histórico e grandes imagens (direção de arte e fotografia impecáveis), envolvendo a princípio um tenente do exército ianque e os índios sioux, na época da Guerra Civil americana. Mas que vira universal ao abordar o contexto maior: a época das terras vastas e inexploradas, dos grandes rebanhos nas vastas planícies (cavalos, búfalos…) e principalmente o poderio colonialista, a ganância e cobiça pelas terras nos conflitos entre brancos e índios (os chamados pele-vermelhas) e valores humanitários. O filme, de 1990, é classificado como faroeste e tem longa metragem (3 horas, mais ou menos), por isso mesmo nos permitindo digerir aos poucos e profundamente as paisagens, os fatos, as cenas, todo aquele universo que repentinamente poderia ser abalado pela insensibilidade humana: a harmonia da natureza subitamente agredida, em um desperdício sem retorno…Afinal, quem é o povo civilizado??? Muitas cenas marcantes, poéticas e emocionantes, em uma viagem que tanto contempla a vastidão das terras americanas, como o próprio coração humano. E um final tocante, que destaca principalmente a amizade e o destino dos personagens enfocados, além do desperdício sem sentido (referência antes dos créditos finais). Tudo extremamente valorizado e embalado pela trilha sonora do fabuloso John Barry (Em algum lugar do passado, Entre dois amores, Chaplin, Midnight Cowboy e inúmeros filmes do OO7 etc.), que ganhou mais um Grammy pela trilha desse filme. Não gosto muito do Kevin Costner como ator, acho que outro poderia fazer o papel melhor, mas também não acho que ele tenha feito feio e como diretor achei nota 10. Mas, à parte o meu gosto pessoal, ele foi indicado para o Oscar de Melhor Ator, assim como foram indicados para Melhor Ator Coadjuvante Graham Greene (Pássaro Esperneante) e para Melhor Atriz Coadjuvante (como se tivesse Principal…) Mary McDonnell (De pé com punho). Porém, das 12 indicações, o filme – que recebeu o Globo de Ouro de 1991 de Melhor Filme – ganhou 7 Oscar: Melhor filme, Melhor diretor, Melhor fotografia, Melhor montagem (ou Edição), Melhor trilha sonora, Melhores efeitos sonoros e Melhor roteiro adaptado. Não é pouco! 9,0