AUGUSTINE
Achei este filme francês acima da média. Não só porque é bem feito e construído, mas pela temática, envolvendo os primeiros estudos de histeria, no caso feitos pelo personagem de Vincent Lindon em 1885, em Paris, o que dá ao drama um interessante conteúdo histórico, inclusive porque baseado em fatos que realmente ocorreram no Hospital de Salpetrière no século XIX. Também curioso que a certas alturas, ao comentar o caso da paciente (Stéphanie Sokolinski), o Professor Charcot observa que, em sua opinião, muitas mulheres que haviam sido queimadas na Idade Média como bruxas, na verdade eram vítimas de histeria. Um filme lento, meio sombrio, forte (dirigido a adultos, pelo tema central e pela sensualidade das cenas) e que apresenta uma inesperada transformação a partir da evolução do tratamento e da exposição acadêmica do trabalho médico/científico: fato que define o filme e acaba dando seu tom definitivo. A densidade da obra esconde perfeitamente eventuais falhas de roteiro e é muito boa a direção de Alice Winocour. 7,7