ANTONIA: UMA SINFONIA

Daqueles filmes que poderiam ser uma minissérie, tais os enfoques e os desdobramentos, com elementos fortes de drama, de documento histórico (baseado em fatos reais), contando fatos que se passaram nos anos 20/30, nos EUA e em parte da Europa. Algo feito sob medida para embalar o espectador em diversos tipos de emoção: ora mostrando a tenacidade de quem luta contra um sistema arraigadamente machista (no caso, a protagonista, cujo sonho é ser maestrina, fato inconcebível para a época), ora mostrando a luta das minorias, o abismo entre as classes sociais, os desencontros nos espinhosos caminhos ao longo da vida, o preconceito, as necessidades. O filme , mais uma produção Netflix, realmente apresenta diversos momentos emocionantes, principalmente na sua segunda metade. Uma de suas frases tão abrangente, quanto eloquente: “todos nós nascemos nus, o resto é disfarce”.  Para quem aprecia o estilo,  reserva belos e tocantes momentos e na verdade pode até ser “acusado” de ser meio “manipulador”, porque com maestria sabe misturar seus ingredientes –inclusive a trilha sonora, belíssima- para ofertar ao público exatamente aquilo de que necessita: algum romance, superação, dificuldades para se chegar aos objetivos, ganância e orgulho arrependidos e assim por diante. Mas na verdade, de dura já basta a vida como diz o ditado e é muito prazeroso, principalmente em dias e/ou instantes especiais, ver uma história emoldurada por boas ações, integridade, coragem, obstinação e fantasia na medida certa…E o filme tem tudo isso, sendo também dirigido, com toda a sensibilidade feminina, por Maria Peters (que após filmar, transformou o roteiro em um romance de sucesso) e protagonizado com toda a competência e talento pela também holandesa Christanne de Brujin. Na verdade mesmo, algo que nos deixa com a alma recompensada e com o coração repleto de bons sentimentos, um filmaço para as almas sensíveis ou para as pessoas românticas e que dá a todos nós, afinal, aquilo que de fato mendigamos em segredo. 9,0