AMOR IMPOSSÍVEL (SALMON FISCHING IN THE YÊMEN)

Mais uma prova da incompetência e insensibilidade dos tradutores brasileiros, que são mestres em atribuir títulos ridículos aos filmes. “Amor impossível” é simplesmente bisonho ! Mas, por outro lado, uma prova a mais de que uma boa história – não precisa ser excepcional –  em mãos competentes faz um belo filme – embora críticas ferrenhas em sentido contrário, apegadas ao livro e aos clichês. Mas minha visão foi diferente. Este filme, por exemplo, em mãos erradas seria um perfeito fiasco. De fato, nada aqui que não tenha sido visto antes, embora os valores enfocados ajudem, sem dúvidas, a forjar um bom filme, pois são edificantes, ligados a amor, honra, amizade, lealdade, aceitação do que se é verdadeiramente, ao homem escapando dos limites de sua rotina em busca de projetos aparentemente irrealizáveis… E na direção sensível e sutil de Lasse Hallström, eis um filme com ares de drama e comédia, mas bonitas mensagens, onde predominam os sentimentos. O diretor de Minha vida de cachorro, Chocolate, Chegadas e Partidas, Amigos para sempre (aquele do cachorro Hachiko, com Richard Gere), entre outras obras, prova, por exemplo, serem desnecessárias cenas de sexo para se fazer um ótimo filme. Ainda mais contando com um elenco afinado (Kristin Scott Thomas, o ótimo Amr Waked como o Sheik…) e um par admirável de protagonistas, ao contrário do que dizem alguns críticos sonolentos e/ou mal-humorados… Ewan McGregor e Emily Blunt têm aqui uma perfeita sintonia, ele um fecundo ator (especializado em filmes “diferentes”), extremamente carismático e ela com igual carisma, classe e beleza, em ambos sobrando talento. Um filme britânico de 2011, com a política pincelando o roteiro mas também de interessante significado, muito agradável e que nos traz apenas emoções boas, só por isso já valendo a pena ser apreciado. 8,6