A WAR
O filme – que concorre ao Oscar 2016 de Melhor filme estrangeiro – se passa no Afeganistão, onde a missão de uma companhia do exército dinamarquês é fazer patrulhas a partir da base, para garantir a integridade dos civis da região contra os ataques talibãs – havendo minas espalhadas por toda parte, inclusive. Nesse cenário, alguns fatos importantes acontecem, porém o mais relevante é o que acaba desencadeando um consistente conflito de ordem moral e ética envolvendo o comandante da tropa, que de repente passa a enfrentar delicada acusação de crime de guerra, o que poderá gerar sérias consequências não apenas em nível pessoal, mas também sobre a família que dele depende (esposa e filhos). A parte final é bastante tensa e foca com intensidade o referido conflito, o qual podemos perceber de uma perspectiva bastante clara, pela maneira verdadeira como o filme conta a história: o realismo das interpretações, do próprio tribunal (o rito, o respeito, a ordem…), tudo é natural, autêntico, aumentando nossa percepção para os gestos, atos e reações dos vários personagens (promotora, juíza, advogado de defesa, esposa…)…e também para o terrível conflito íntimo do acusado, que vez ou outra se mostra quase à flor da pele. E que persiste até a última cena, quando, junto com ele, terminamos o filme com um forte aperto no peito. 8,5