A VILÃ

Este é um filme que tem um lado de gangue, ação, perseguição de motos etc. (luta de arma branca durante essa perseguição, inclusive), de lutas marciais muito bem coreografadas – como é tradição nos filmes orientais – e de muita violência, mas tem um outro lado mais denso, de dramas valorizados por flashbacks e que exploram temas pessoais e relacionamentos, memórias…a condição humana, inclusive de sobrevivência. Por isso vai além dos meros passatempos triviais de lutas e ingressa num campo que geralmente não era muito aprofundado pelo cinema desse gênero. É que aqui se trata de uma produção da Coreia do Sul e os coreanos se preocupam muito com o lado humano de suas histórias, de modo que as coreografias (a da abertura e as da parte final são realmente sensacionais) acabam fazendo parte da trama, mas não são seu prato principal. Igualmente há muita preocupação com o visual, cenografia etc., aspectos técnicos, enfim, e o filme inclusive ganhou alguns prêmios nesse particular, fora as premiações por melhor filme. Lembra alguns clássicos, como Nikita, por exemplo. Há algumas lacunas de edição, de sentido em alguns momentos, um ou outro fato meio inexplicável (a última cena – 5 segundos -me desagradou bastante), mas no todo é uma obra bem acabada (embora as tragédias da história não permitam dizer que o filme seja “divertido”…), com cenas repletas de adrenalina, movimentos de câmera alucinantes e que vai agradar aos fãs do gênero, que nem se darão conta dos pontos falhos. Aos que não são especialmente fãs desses filmes, porém, poderão ser contagiados pelo “estilo coreano de ser”. 8,0