A SELVA NUA (THE NAKED JUNGLE)
Este é um filme de ação e aventuras dirigido em 1954 por Byron Haskin (Guerra dos mundos, Lágrimas tardias, Capitão Sinbad – de 1963, com Guy Willians). Pelo mapa que aparece no início e pelas referências ao longo do filme (principalmente a menção do Rio Negro, que nasce na Colômbia) os fatos se passam nas selvas colombianasm sendo a época o início do século 20. Quanto à selva, a direção de arte é apenas esforçada e talvez até compatível com a época, porque longe de uma realidade barulhenta de uma selva, que deveria estar povoada por inúmeras espécies de animais, inclusive mosquitos etc. Mas o filme não é especiamente memorável, merecendo destaque basicamente pelos aspectos de seu elenco.. A história, embora tenha um interesse especial enfocando a famosa “marabunta”, não apresenta muitas novidades, tendo como foco central um conflito que já foi muitas vezes visto antes (embora a curiosidade seja o ambiente restrito em que aqui ocorre). A questão do elenco, sim, é digna de menção, não só pela atuação mas pelo que representam para a história do cinema principalmente Charlon Heston, vindo depois Eleanor Parker, seguida de William Conrad, que viria futuramente a fazer o famoso detetive Cannon da TV. Parker, que havia feito dois anos antes o maravilhoso Scaramouche e futuramente faria o também consagrado A noviça rebelde, aqui desempenha uma personagem bastante rica: moça refinada no comportamento e nas palavras, com claras e fortes atitudes de independência e liberdade femininas (auxiliada pelo texto bem desenvolvido) sai de Nova Orleans para a selva em razão de um casamento por correspondência e encontra algumas surpresas. E Charlton, que ainda faria Os dez mandamentos, El Cid e Ben Hur (que o tornaria um ícone, fato reforçado mais tarde pela sua atuação em O planeta dos macacos, além de também ter estrelado uma ficção famosa: A última esperança da Terra) mostra um pouco de seu talento dramático (no papel de machista), mas também exalta o porte físico que muito contribuiu por sua carreira no cinema. Uma boa diversão, nada muito além disso, mas também valorizada na parte final com cenas que foram certamente impactantes na época. 7,7