A HORA MAIS ESCURA
Estou comentando este filme apenas porque concorre ao Globo de Ouro e ao Oscar (pois aqui só comento os acima de um certo nível). Porque já vi dezenas e dezenas de obras muito melhores e ainda com o adicional do suspense, que este não tem porque já se sabe de antemão tudo o que vai acontecer: o filme é baseado em fatos reais e propagados no mundo todo, desde o início já informando que não se trata de ficção. Já se sabendo o desenrolar da história e inclusive o final, não resta muito espaço para a emoção. Mesmo com o suspense enfocando a autorização do ataque ao esconderijo de Bin Laden, que demorou meses e ocorreu graças à abnegação e à persistência de uma agente da CIA (interpretada pela indicada ao Oscar, Jessica Chastain, atriz muito boa e de ótimo currículo – mas não boa para Oscar, na minha opinião) e a tensão das cenas finais (do ataque às escuras – com infravermelho – à casa onde moravam Bin Laden e várias famílias), ainda assim o filme está longe de ser empolgante. Pulsa quase como um documentário, mostrando a luta dos EUA contra Al Qaeda e os terroristas após o 11 de setembro, até a localização e a morte do grande líder terrorista. Achei as cenas de tortura do início de certo modo violentas, mas muito distantes do que deve ter ocorrido na realidade (enquanto o presidente dos EUA falava na TV que o pais jamais adotaria métodos tão bárbaros…). E no final soou meio falso o excessivo realismo da brutalidade dos soldados contra mulheres, crianças e inimigos já vencidos, que moravam no esconderijo com Bin Laden. Claro que é um tema absolutamente sensível aos americanos e essa é a única razão deste filme estar concorrendo a tantos prêmios (filme, roteiro, atriz, edição e edição de som), embora seja muito bem feito tecnicamente. Porém, nada absolutamente fora da rotina. 7,0