OS QUATRO CAVALEIROS DO APOCALIPSE
Quem estrela este filme de 1962 com ótimo elenco é o ator Glenn Ford, que participou de mais de 200 produções do cinema. Além dele, Ingrid Thulin, Charles Boyer, Yvette Mimieux, Lee J. Cobb e Paul Henreid (20 anos depois de fazer Casablanca, em mais um filme que enfoca a Segunda Guerra), entre outros. O diretor, Vincent Minelli (A roda da fortuna, O pai da noiva, Sinfonia de Paris, Adeus às ilusões…). O filme trata de uma família argentina (que de argentina pouco tem) e do início da Segunda Grande Guerra, transcorrendo a história em sua maior parte em Paris e justamente o título faz referência aos personagens da terceira visão profética do João apóstolo, no Livro da Bíblia chamado Apocalipse: a peste, a guerra, a fome e a morte. O detalhe é que parte da família, após a volta dos estudos na Alemanha, associa-se à causa nazista para perplexidade ou horror dos demais e essa situação vai propiciar graves conflitos, embora também vá render ótimos momentos no enredo, até porque este é um daqueles filmes “à antiga”, com um rico roteiro, repleto de alternâncias, com muita tensão e algumas cenas bastante marcantes nesse sentido, como a da mesa no night club onde se reúnem e se desafiam ideologias diferentes: a cena é espetacular, inclusive pela explicação da mesa vizinha, do porquê de um general se curvar a um coronel, ou seja, supostamente de menor hierarquia (é que o coronel é da Gestapo, simplesmente). Mas, afinal, como ser neutro em uma guerra ou diante de uma Paris invadida? Será isso possível ou chega um momento em que todo homem tem que se definir e adotar um partido, uma ideologia? Um drama intenso, com ação, romantismo, meio novelesco às vezes (a música denuncia…), mas com muito conteúdo, algum suspense e que no final assume contornos até de filme de espionagem. Enfim, uma ótima história e que em seu desfecho apresenta o galope dos cavaleiros imponentes, finalizando a mensagem com um clima semelhante ao do início do filme, como se um ciclo inevitável fosse subitamente concluído ou permanecesse sobre os seres humanos o referido estigma. 8,8