IN THE SHADOW OF THE MOON (SOMBRA LUNAR)
Sem spoiler e o firme conselho para que ninguém leia a sinopse do filme. Não vai se arrepender. Os que fazem esses resumos são, em geral, seres destituídos de qualquer sensibilidade, mas neste caso reconheço que é bastante difícil dar uma ideia do que vai ser visto, sem frustrar alguma surpresa. Vou tentar e então dizer assim: é um filme policial, acima da média (porque muito bem cuidado e com uma história interessante), com muito suspense e ação (leia-se também “sangue”) e que até seus trinta minutos não dá nenhuma pista ao espectador sobre os motivos do que está acontecendo. E essa é uma das virtudes do filme: manter o mistério e a tensão, ao longo de bastante tempo. Paralelamente aos fatos policiais, naturalmente uma situação específica na vida pessoal do “tira”, que, como todo agente da polícia dos filmes americanos, vive um conflito permanente entre cumprir o dever e se dedicar à família. Mas esse clichê não atrapalha, porque o filme acaba se concentrando no seu tema principal e que surge quando o gênero policial subitamente sofre o acréscimo de outro gênero, que aqui constitui um ingrediente definitivo e poderoso e que, pensando bem, pode até ser intuído pela primeira cena do filme. O restante da história não vale a pena contar. A surpresa será mais do que bem-vinda e a cada ponto do filme as revelações irão ocorrendo. Outro mérito é que a surpresa final é habilmente disfarçada pelo roteiro, durante todo o desenrolar do filme, embora se revele sutilmente em um corredor de hospital. No elenco, Michael C. Hall, nosso conhecido Dexter, mas nada a destacar nas atuações, talvez somente a do parceiro do “mocinho”. Quanto a este, embora corresponda às expectativas no geral e notadamente nas cenas de ação, decepciona muito e revela seus limites dramáticos em uma cena especial no hospital. Mas o roteiro é palpitante, instigante (thriller) e vai agradar em cheio aos fãs. Produção Netflix. 8,7