UM CORAÇÃO NO INVERNO (UN COEUR EN HIVER)

Este é um drama francês, estilo denso e lento/tenso, mas que conta uma interessante história, repleta de sutilezas e emoldurada pelo talento de seus protagonistas, na ordem Emmanuelle Béart (Ciúme, o inferno do amor possessivo, A bela intrigante, A vingança de Manon…),  Daniel Auteuil (36, O closet, Conversas com meu jardineiro…) e André Dussollier. É uma história que envolve corações, paixões, reticências, afetos, maldade, gelo e fogo. A partir de certo instante, o enredo parece se equilibrar num fio, que pode ser rompido a qualquer momento, mas que também pode resistir, embora talvez deixando dores ou perdas. É um filme sobre escolhas, mas também sobre destino. Sobre conformismo e sobre a responsabilidade dessas escolhas. Olhares, silêncios, coragem/covardia, um roteiro bem elaborado e que mantém o espectador com interesse permanente, às vezes duvidando, às vezes tentando antecipar, mas nunca talvez preparado para a incredulidade do que a vida pode reservar e que faz, sim, parte dela como ela legitimamente é. Um arcabouço de paixões, muitas vezes sem solução. Um filme envolvente e desconcertante e que ganhou em 1993 o Oscar francês de Melhor Diretor (Claude Sautet) e Melhor Ator Coadjuvante (André Dussollier), além do Prêmio do Cinema Europeu de Melhor Ator (Daniel Auteuil) e do David di Donatello de Melhor Filme, Melhor Ator (Daniel Auteuil) e Melhor Atriz (Emmanuelle Béart), sendo que no ano anterior já havia ganho o Leão de Prata de Melhor Diretor (Festival de Veneza).    8,7