STAN & OLLIE
Este filme é um belo e tocante tributo a uma das maiores duplas do cinema: Stan Laurie e Oliver Hardy, ou “O gordo e o magro”. Dois incríveis e leves personagens que revolucionaram a comédia cinematográfica (e depois a TV), demonstrando inclusive que fazer rir não dependia das palavras. E é impressionante a caracterização do Gordo pelo extraordinário ator John C. Reilly, como também surpreende a performance do Magro pelo ator Steve Coogan. Estão perfeitos, maravilhosos simplesmente, tendo inclusive sido indicados em várias premiações mundiais, incluindo John para o Globo de Ouro 2018. O filme revive cenas clássicas de filmes e sobretudo mostra os bastidores das produções e a vida pessoal (também matrimonial) e cumplicidade dos dois atores, que se tornaram também parceiros fora das telas; homenageia o importante trabalho de redação de Stan, escrevendo todos os textos – e continuou escrevendo para a dupla, mesmo após a partida do partner e amigo -, a disciplina dos ensaios, bem como os problemas do dia a dia, incluindo a vinculação a contratos que só eram vantajosos para os espertos e poderosos produtores. É uma obra que declara o monopólio da dupla nos anos 30/40, mas se concentra mais nos tempos que se seguiram aos grandes sucessos. E justamente por isso se torna às vezes um filme triste e melancólico, mostrando a passagem do tempo, a doença que sobreveio, a fama sendo superada pelos próprios fatos da vida, até pelos que vieram para substituir os ídolos perante o público (Abbot e Costello especialmente). Mas mesmo assim, há cenas memoráveis, de impagável humor e que eterniza a dupla, que à evidência não poderia de modo algum sobreviver separada: cada qual com sua graça, tanto se completavam, como pareciam às vezes ser uma só pessoa. Um filme muito bem realizado, de magistrais interpretações e que faz justiça a quem homenageia. Reverencia e emociona. 8,8