GREEN BOOK

Baseado em fatos reais, este drama estadunidense concorreu a vários Globo de Ouro: Melhor filme musical/comédia, Melhor ator em filme musical/comédia (Viggo Mortensen), Melhor ator coadjuvante em filme musical/comédia (Mahershala Ali), Melhor diretor (Peter Farrelly) e Melhor roteiro. E ganhou o Globo de Ouro de filme, ator coadjuvante e roteiro! E Mahershala repetiu o prêmio no Critic´s Choice Awards! Dizem as más línguas que em razão de problemas políticos/ideológicos de seus realizadores, o filme vai ficar de fora do Oscar. Será um pena, porque tem grande qualidade. É praticamente um road movie, percorrendo grande parte dos EUA e enaltecendo sua cultura e suas belezas. E em meio a isso temos um pianista clássico conservador e um motorista contratado por ele, de origem italiana e sem qualquer compostura ou cerimônia, em uma convivência que vai naturalmente propiciar muitas trocas e recíproco aprendizado, além de quem sabe render uma boa amizade. O fato é que Viggo é a força-viva do filme e entrega uma interpretação estupenda, embora Mahershala por sua vez, comece tímido mas vá crescendo ao compor um personagem contido e difícil, mas que cresce assustadoramente e inclusive protagoniza uma das mais belas e tocantes cenas do filme (na chuva à beira do asfalto). Porque a época é de segregação e o racismo anda à solta nos anos 60. Tanto, que o título do filme se refere a um guia onde são catalogados hotéis e restaurantes que aceitam afro-americanos. Sensível, emocionante e profundo, embora tocado com leveza, o filme traz belas lições, belas músicas (a cena do bar é magnífica) e sua parte final é maravilhosa, enchendo de beleza todos os corações, o que dentro do contexto significa ser otimista por um futuro que talvez irá existir, sem diferenciar sexos, cores, raças… 9,0