ZULU

zuluDrama policial bastante forte (pelo realismo, das cenas densas e do ritmo), passado na África do Sul (que co-produziu o filme, junto com a França), que realmente parece terra de ninguém, onde ser polícia não significa estar protegido e nem ser autoridade a ser respeitada. Reflexos do Apartheid. Porque a história explora o submundo da corrupção, da violência desmedida, tudo em torno das drogas e de interesses maiores, onde alguns policiais e bandidos têm inclusive semelhante aparência. Qual o limite da ética nesse universo de barbárie? Forest Whitaker para variar nos brinda com uma excelente interpretação e o filme tem qualidade bem acima da média, com muita ação em sequências eletrizantes de investigações e perseguições policiais (em locações diferentes a que estamos acostumados, incluindo belas praias e favelas da Cidade do Cabo), com uma trilha sonora também muito qualificada. A atuação de Orlando Bloom é absolutamente surpreendente. E a sensação de impunidade e descontrole é muitíssimo bem colocada pela excelente direção de Jérôme Salle, que também roteirizou, adaptando o livro de Caryl Ferey. A parte do final do filme é sensacional e nos colocamos no lugar do personagem ao definir o que é justiça, afinal, em um clima que culmina com uma situação quase inconcebível e que apropriadamente nos lembra dos finais épicos do faroeste (locação soberba), com a consciência do animal que somos…ou do animal que não somos. O filme encerrou o Cannes  2013.  8,0