TOUCH

Cinema da Islândia e de alta qualidade, embora esse fato não surpreenda tanto, por ser o diretor Baltasar Kormákur, cineasta experiente e premiado, além de também atuar e produzir. Filmada na Islândia, Inglaterra e Japão, uma história que atravessa décadas e que desperta o sentimento de nostalgia diante da sensação da finitude. O belíssimo título do filme inclusive tem um significado bastante eloquente (como será em português???). Em um meio impregnado da cultura (e do ritmo) oriental, convivemos com o presente e com o passado, acompanhando o destino dos personagens e isso sendo feito com uma aura permanente de delicadeza, inclusive harmonizada pela trilha sonora e pela condução segura de Kormákur. Chama a atenção de a trilha permanecer no mesmo compasso enquanto apreciamos os créditos finais, que acabam simultaneamente com o final da música. O filme traz algum suspense, mas o desvendar de todos os mistérios se dá de uma maneira suave, que o espectador também degusta lentamente e com prazer, certamente podendo ser surpreendido com certos fatos ao final. Um drama – com romance – muito bem elaborado (baseado em obra literária), conduzido e interpretado por um elenco coeso, com destaque para Pálmi Kormákur Baltasarsson (obviamente filho do diretor, pelo nome), Koki (jovem – 21 anos – modelo e compositora japonesa), Egill Ólafsson (veterano ator e também cantor islandês) e Yôko Marahashi (também produtora e letrista japonesa). Embalando emoções sem pieguice, com desdobramentos interessantes – notadamente pela vinculação com a segunda guerra -, um filme que traz uma viagem emocional também para o espectador, que mesmo após o seu término permanece com o peito repleto das suas boas e belas lições. 9,0