POLÔNIA À FLOR DA PELE
Uma inteligente, anticonvencional e variada coletânea de histórias curtas (seis), cada qual com um tema contemporâneo e que têm em comum o lado nocivo/perverso dos aspectos corriqueiros da modernidade (alguns, porém, atemporais), como o da violência nas estradas, das relações interpessoais, entre vizinhos, sequestro, sexo, sonegação de impostos, enfim uma miscelânea de assuntos cujo enfoque varia a partir da violência extrema, passando por drama, tragi-comédias e humor inclusive negro, em um desfile imprevisível de personagens e situações que tanto nos surpreendem, como nos deixam atraídos pelas histórias, nos seduzindo e nos fazendo acompanhar tudo com grande interesse, até o final. Uma surpreendente produção de um cinema sem amarras, sem limites, sem censura (desaconselhável para menores), com um texto inteligente, corajoso e desafiador. Escolher os melhores e os menos bons só dependerá do gosto de cada espectador, porque o cardápio é variado, saboroso e rico, embora possa ser meio indigesto para determinado tipo de público. Uma espécie de terror moderno, com certo requinte na direção do trio Veronica Andersson/Flip Hillesland/Mateusz Motyka, que também escreveu o roteiro e que exibe com muita competência a força do atual cinema polonês. Mais uma produção caprichada (som, fotografia, direção de arte, elenco etc), lançamento Netflix. 8,7