PARAÍSO PROIBIDO (SEPTEMBER AFFAIR)
Apesar do título bisonho em português, este filme tem o forte aroma dos clássicos românticos. Produzido em 1950, participou do Festival de Veneza daquele ano, sendo dirigido por William Dieterle (O retrato de Jennie, O corcunda de Notre Dame). É na realidade um drama de amor, mas com diversos elementos que o enriquecem. Como a trilha sonora – que inclui Rachmaninoff e principalmente a marcante música tema, a qual ganhou o Globo de Ouro (1952); e as interpretações de Joan Fontaine principalmente (Rebecca a mulher inesquecível, Suspeita), mas também de Françoise Rosay e Jessica Tandy (que já veterana estrelou Conduzindo Miss Daisy), sendo Joseph Cotten também um ator de respeito (O terceiro homem, Cidadão Kane), embora não seja um intérprete emocional; e as maravilhosas locações, mostrando esplendorosas paisagens e monumentos italianos, em Nápoles, Cápri, Florença, a cultura italiana, em geral. Porém, mais do que a “embalagem”, o conteúdo se destaca e surpreende, porque o que a princípio parece ser uma história bobinha e trivial, acaba derivando e evoluindo para temas importantes e interessantes e os aprofunda de uma forma até inesperada, que não apenas leva à emoção, mas também à reflexão, notadamente sobre os limites do amor, o que é a felicidade e o que todos nós buscamos, afinal, podendo até mesmo trazer a melancolia em alguns momentos. O final gerou algumas polêmicas, mas parece ser adequado, embora sua falha tenha sido a pressa aparente, portanto a falta de um melhor desenvolvimento, de um “acabamento” melhor. O que o restante do filme certamente mereceria. Um adendo final sobre a música tema September song, que em razão do filme virou líder das paradas de sucesso da época: prestando bastante atenção nela, pode-se até pensar que serviu de inspiração para outro tema que ficou famoso, no caso anos sete depois, com o filme An affair to remember (Tarde demais para esquecer). 8,8