OPERAÇÃO VINGANÇA (THE AMATEUR)

Este filme para mim foi um bela surpresa. Porque observando o cartaz e o título (pobre e com intuitos comerciais como sempre), esperava outro tipo de enfoque e de história. Na verdade, o título original seria perfeito (como costuma acontecer), porque, digamos assim, o filme é, na verdade e no bom sentido, um “primo desnutrido” dos filmes de James Bond, porque o “mocinho” (bem interpretado por Rami Malek, de “Bohemian Rhapsody” e “Mr Robot”) não tem qualquer pretensão de ser heroi, muito menos possui habilidades com armas de fogo (eis o sentido e o mérito do título original) – embora tenha talentos outros, especialmente dons tecnológicos. E as ações se passam em diversas e importantes cidades do mundo, mas cercadas por quase nenhum glamour, concentrando-se nos fatos que cercam o gênero thriller de espionagem. Não está no requinte ou nas locações o trunfo do filme e sim em seu roteiro bem estruturado e interessante, em seu andamento equilibrado, na harmonia de todos os seus elementos, o que o torna, afinal, uma ótima opção: algo enxuto, empolgante e divertido. A partir do drama inicial temos em ritmo bem dosado ação, mistério, suspense e tudo isso temperado dentro de uma história que envolve elementos de vingança e de interesses da CIA, atuando não apenas nos Estados Unidos, mas espraiando seus tentáculos nos mais longínquos locais do mundo. Certamente um bem acabado trabalho cinematográfico (não de amadores), com ótima direção de James Hawes e atuações seguras também de Rachel Brosnahan, Laurence Fishburne (“Matrix”), Juliane Nicholson (“Mare of Easttown”) e Caitriona Balfe (“Outlander”). 9,0