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O TEMPERO DA VIDA (POLITIKI KOUZINA)

Este é um filme muito especial de 2003, embora estranhamente não tenha caído em cheio no gosto de parte das pessoas. Porque é sentimental, tocante, porém sem ser piegas, sem recorrer às costumeiras “chantagens sentimentais” para comover o espectador. A trilha sonora também é recheada de músicas ternas e sentimentais e a parte final do filme é especialmente comovente, sendo a última cena de “apertar” o coração, na verdade um dos belos finais na história do cinema. O filme se passa na Turquia (Constantinopla, atual Istambul) e na Grécia e fala de tradição, de família, de costumes, principalmente relacionados com a culinária (fonte de ricas metáforas relacionadas com fatos da vida). E nesse sentido, com grande destaque da relação ao longo do tempo de um avô com um neto, a quem diariamente transmitia importantes ensinamentos. Sobre a vida e sobre temperos. Fala também de partidas, de política, de destinos. Uma obra a ser apreciada e degustada, como os alimentos que vão desfilando ao longo de nossos olhos (e de nosso paladar imaginário) e da história. É a vida de seres humanos de carne e osso, com ideais e sentimentos. E ao final ficamos com uma sensação parecida com aquela, nostálgica, de quando revisitamos lugares de nossa infância, que voltam a ter vida a cada esforço emocionado da memória. O diretor é o turco Tassos Boulmetis, o elenco bastante harmônico, com turcos e gregos (e até franceses) e crianças que bem interpretam, em um filme simples, mas delicado e profundo, que utiliza as cores da comédia para transmitir lindas, edificantes e profundas lições. 9,3