O HOMEM DE LUGAR NENHUM (AJEOSSI)

Este filme coreano de 2010 (maior bilheteria do ano na Coreia do Sul) tem muita ação, muitas lutas, tiros, violência, enfim, tudo a que estamos acostumados no gênero. Mas por trás de tudo – o que também não é raro – pulsa a emoção, bate um coração no compasso dos sentimentos e da humanidade. O encanto de tudo reside aí e na verdade é o que norteia todos os fatos e o que molda principalmente os momentos finais e tocantes da obra. Vemos o que o cinema de ação repete à exaustão, com os mesmos clichês, só que percebemos algo levemente sofisticado a revestir tudo, enaltecendo um dos trunfos desse cinema, que é o heroi misterioso, um personagem aparentemente quase imbatível, com um forte drama no passado e propósitos não revelados de todos os atos que pratica. Isso tudo em torno de criminosos abomináveis (chavão indispensável), de delitos de extrema perversidade (embora presentes na mídia atual) e das ações policiais paralelas, geralmente ao encalço dos movimentos principais. Entretanto, se nos descontenta a repetição dos fatos conhecidos e que forjaram esse gênero cinematográfico, também nos emocionam as cenas bem feitas e tocantes e que na verdade não só transmitem sentimentos, como sintetizam o que de melhor constrói este mundo, o material mais valioso de que é realmente formado. Por todo o conjunto desse fatos, um filme que no final das contas é bem interessante, posto que prende a atenção e também, ao mesmo tempo, emociona em vários momentos, principalmente nas mensagens e cenas de seu fecho. Em resumo, um filme que se torna palpitante/fascinante, pela mescla de humanidade e brutalidade em suas linhas, bem realizadas e competentemente desenvolvidas. 8,8

____________