O GAROTO DE LIVERPOOL (NOWHERE BOY)

Esta é uma produção Netflix que, a partir da vida de John Lennon, mostra os fatos que precederam o surgimento dos Beatles. Vemos o adolescente rebelde, seus problemas familiares (e que são os típicos que facilmente desencaminham os jovens, levando-os para o lado dos vícios e da criminalidade) e os caminhos que resolveu seguir (no caso, de seus 15 até 20 anos de idade) e testemunhamos o início da formação da banda “de garagem” que acabaria redundando no icônico grupo de Liverpool, bem como os momentos em que os garotos se conheceram e fizeram suas primeiras apresentações públicas. Para os fãs há momentos bastante emocionantes, não só pelos lugares “sagrados” que são mostrados no filme (como Strawberry Fields, Cavern Club…), mas por se saber que a produção teve um predomínio biográfico e não fantasioso e haver cenas que todos gostariam de ter presenciado realmente, como, por exemplo, o momento em que Paul McCartney é apresentado aos demais (sem Ringo ainda) e dá uma palhinha tocando habilmente o violão, já na posição contrária da tradicional. Paul é interpretado por Thomas Brodie-Sangster, enquanto John Lennon por Aaron Johnson, a mãe que o abandonou por Anne-Marie Duff e a tia que lhe deu a primeira guitarra pela sempre ótima Kristin Scott Thomas. O filme é de 2009, co-produção Canadá-Reino Unido e ganhou alguns prêmios, tendo um título original bastante sugestivo, pois remete à música Nowhere man, da dupla Lennon e McCartney. Mesmo assim, a impressão que fica no final é de que apesar dos momentos emocionantes e nostálgicos (muito significativos para os fãs), bem poderia propiciar ainda maiores e mais legítimas emoções, talvez com um roteiro mais bem elaborado, talvez com uma interpretação mais carismática e sensível do protagonista em algumas cenas. 8,0