A LUZ ENTRE OCEANOS
Um drama americano emocionalmente denso (“preparar lenços!”) – pode-se até dizer um “drama romântico à moda antiga” -, baseado em best- seller de mesmo nome da australiana M. L. Stedman (The light between oceans), que se passa na costa oeste da Austrália e que foi também produzido pela Nova Zelândia e pelo Reino Unido. A consistência emocional do filme deve-se muito ao diretor americano Derek Cianfrance, mas principalmente ao par de protagonistas, que está simplesmente magistral: Michael Fassbender e Alícia Vikander dão uma aula de interpretação. Ele, um ator que desempenha de forma superlativa qualquer tipo de papel e ela, que na visão geral da crítica (menos na minha…) já havia sido fabulosa no filme A garota dinamarquesa, mas que agora confirma a maravilhosa atriz dramática que é (com este filme me convenceu definitivamente…). Além deles e de um elenco coeso, aparece com o talento de sempre Rachel Weisz, mas que fica restrita a um papel de pequenas dimensões temporais, embora extremamente relevante (portanto, mereceria mais tempo de tela, para o devido desenvolvimento de sua importante personagem e perfeito aproveitamento da qualidade da atriz). O filme envolve, emociona genuinamente e vai ganhando força à medida em que vão se acentuando os dilemas de natureza moral e ética. Naturalmente algumas lacunas se devem às dificuldades naturais de se adaptar um romance com esse tema e envergadura, embora o filme aproveite muitos elementos da obra literária, como a parte que cita existir o termo “viúva” para designar a mulher que perde o marido, mas nada existe para designar a perda de um filho por um pai ou uma mãe… A única restrição que faço, além da falta de um melhor desenvolvimento da personagem de Rachel Weisz, diz respeito ao desfecho do filme, que soa insatisfatório diante do restante do contexto (como uma quebra…), embora essa observação possa não se aplicar a grande parte do público. 8,8