JAY KELLY (2025)
Drama denso (até com alguns tons de comédia) e que aprofunda diversas questões envolvendo a carreira de ator, a fama, as escolhas, as perdas, os sacrifícios, sendo interessantíssimo o fato de o protagonista ser justamente um ator interpretado pelo excelente George Clooney, aqui explorado ao máximo pela câmera e mostrando todo o seu talento. O filme constrói e desconstrói, apresenta o conflito da realidade diante da ficção, discute até mesmo a função e a importância do empresário e com muita propriedade o verdadeiro papel de quem trabalha no cinema. As relações familiares ganham grande destaque e há excelentes momentos e diálogos em uma obra que vai muito além da média dentro do seus importantes e vastos temas. Chamam bastante a atenção algumas cenas, uma delas a da floresta, que retrata um momento ímpar de aterradora solidão, com um clima tenso e belo ao mesmo tempo, valorizado em muito pela trilha sonora. A parte final do filme é maravilhosa e especialmente emocionante. Além de Clooney, Adam Sandler faz um ótimo e sensível trabalho e o elenco é eficiente e bastante homogêneo, apresentando, entre outros (de mais conhecidos), Greta Gerwig, Laura Dern, Emily Mortimer, Stacy Keach, Patrick Wilson e Billy Crudup. A direção é de Noah Baumbach (“Tempo de decisão”, “A lula e a baleia”, “Frances Ha”) e o filme já obteve diversas indicações em Festivais, incluindo o de Veneza (filme, roteiro e ator – Clooney) e bem recente o “Critic´s Choice Awards“, onde vai concorrer nas categorias de melhor filme, roteiro e ator coadjuvante (Sandler) Netflix. 9,1
