GREYHOUND

Nos embates navais do Atlântico Norte, durante a Segunda Guerra Mundial, mais de 70.000 marinheiros morreram, com mais de 3.000 navios tendo sido afundados. Batalhas entre alemães e aliados, envolvendo navios, destróiers, submarinos e o reforço dos aviões (cuja importância o filme mostra bem enaltece), que este filmaço de ação tem como tema, sendo baseado em romance de C.S. Forester (O bom pastor, de 1955). O filme é roteirizado e protagonizado por Tom Hanks (com uma meteórica aparição, no início, da atriz Elisabeth Shue), que para variar tem uma atuação que mistura experiência, empatia segurança e profundidade. Aliás, o roteiro e a direção de Aaron Schneider, além de contarem fatos que pertenceram à história -obviamente de um modo que jamais vai se aproximar da realidade de uma guerra-, procuraram mostrar os dramas humanos nessa trajetória, envolvendo tanto a habilidade de alguns (como os técnicos a bordo do destroier responsáveis pelos instrumentos que objetivam detectar a aproximação inimiga, leia-se “submarinos”), quanto os momentos de tensão e medo, com destaque para a necessária hierarquia, da qual resulta inclusive a admiração velada dos comandados, pelo líder que deve decidir em momentos cruciais, nos quais a rapidez e a estratégia são imprescindíveis para, por exemplo, escapar dos temidos torpedos. O filme é todo Tom Hanks, mas também se destacam a direção, edição, trilha sonora, som e os efeitos especiais, que nos mostram um cenário pouco visto na maioria dos filmes do gênero, do alto e hostil oceano, com pouca luminosidade e ameaçador, gerando todo um clima que combina com a  tensão, de se saber que o inimigo pode estar à espreita, a qualquer momento. Ação, suspense, heroísmo (naturalmente o ufanismo e patriotismo são matéria-prima do cinema americano, que sabe emocionar mesmo com os ingredientes costumeiros), um filme que empolga, emociona e em muitos momentos deixa o espectador roendo unhas e imaginando como terá sido a realidade dessas batalhas. 8,8