FELICIDADE

Filme de 1998, recomendado para espectadores adultos e que apreciam cinema de arte. Conta várias histórias, de temas específicos de cada personagem, mostrando aspectos frágeis, patéticos, perversos, trágicos, cômicos e patológicos da natureza humana, bem como o aparato social cru, denso e cruel em que todos estão inseridos e do qual se extrai entre outros elementos a solidãoParticularmente uma das temáticas é bastante perturbadora e explora os fatos como talvez nenhum filme antes o fez, escancarando-os em seu lado sórdido e doentio e com diálogos bastante fortes e tocantes. Esses acontecimentos mais sensíveis são apenas implícitos, sugeridos, mas mesmo assim alcançam uma densidade apreciável, fruto da ótima direção de Todd Solondz (também roteirista) – famoso por suas sátiras sociais sombrias – e da bela interpretação de todo o elenco, principalmente de Dylan Baker e Philip Seymour Hoffmann, com destaque para os meninos. Mas todos estão bem, sendo mais conhecidos Lara Flynn Boyle, Jane Adams, Ben Gazarra e Jon Lovitz. Se considerarmos o fato de o filme nos deixar desconfortáveis em várias cenas, sua originalidade e densidade e sua interessante parte final, com uma absolutamente insólita última cena, realizando efetivamente aquilo a que se propôs, pode mesmo ser considerada uma obra brilhante, que, aliás, por esse motivo e a par de sua estranheza, concorreu a diversos prêmios. 8,8