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ERA UMA VEZ EM HOLLYWOOD

Este é o mais recente filme de Quentin Tarantino e acabou de receber, no Globo de Ouro 2020, os prêmios de Melhor Roteiro (para o próprio Tarantino) e Melhor Ator Coadjuvante (para Brad Pitt, que venceu nada mais nada menos que Anthony Hopkins e Al Pacino, a meu ver de forma totalmente injusta e incompreensível, pois Brad interpreta…Brad). Leonardo Di Caprio concorreu a Melhor Ator e realmente desempenhou muito bem, assim como o filme concorreu a Melhor Filme e Melhor Direção, fatos que devem se repetir no Oscar. Margot Robbie também andou bem no papel de Sharon Tate, namorada da época do cineasta Roman Polanski, embora nada além de uma boa atuação. Na verdade é um filme forte, mas principalmente de início meio estranho, meio enfadonho e que com seu desenrolar é que vai mostrando a que veio. Mas depois acaba se compreendendo que alguns fatos eram necessários para que a mensagem final pudesse ser apresentada, inclusive a reconstituição primorosa de uma época (carros, principalmente!) em que o quase final da era hippie parecia coincidir com o fim de certa ingenuidade e de uma geração. O filme é rico em detalhes e repleto de homenagens ao cinema, aos antigos seriados, com algumas cenas de cowboy inclusive, coisas que Tarantino costuma fazer e muito bem. E é um filme imprevisível e repleto de fatos e abordagens originais, como também é costume desse excêntrico e competente cineasta: nos créditos finais, por exemplo, uma cena termina com a música do seriado Batman e ouvimos a fala do Batman fazendo propaganda da própria série, da década de 60. Mas a parte final do filme é especial e realmente sensacional, pois o suspense se torna insuportável para quem conhece a história real. A propósito, aconselha-lhe antes de ver o filme, pesquisar quem foi e o que fez Charles Manson, para que o filme ganhe um significado muitas vezes maior. E, então, em cenas impecavelmente filmadas, vai-se aos poucos vendo os fatos se encaixando (a partir da carona e do Rancho Spahn) e se encaminhando para a fatídica noite/madrugada do dia 9 de agosto de 1969, sem que o espectador nada possa fazer, a não ser esperar o que virá.  9,0