DESTROYER

Um drama policial com suspense (qualificado pela trilha sonora), no qual convivem o passado – 17 anos antes – e o presente, em doses intermitentes, bem colocadas e editadas, o que valoriza o interesse e envolve o espectador. O ponto alto do filme sem dúvida alguma é o desempenho poderoso da atriz Nicole Kidman, inclusive no tempo presente praticamente desfigurada pelo envelhecimento/sofrimento e pelo uso do álcool. Ela concorreu merecidamente ao Globo de Ouro, perdendo apenas para um também magnífico desempenho de Glenn Close (A esposa). De todo modo, uma entrega marcante da atriz à difícil personagem que interpreta. A história trata de policiais infiltrados, de uma operação que não deu certo e do passado retornando para assombrar, paralelamente das dificuldades de adaptação da policial do presente, até mesmo para administrar as relações com a filha. O filme é denso e levado pela direção, edição, maquiagem, trilha e pelas interpretações, fundamentalmente de Nicole. De resto, atrai e mantém o envolvimento do espectador, mas não é arrebatador nem memorável, embora tenha trechos ótimos, inclusive seu desfecho. Nada semelhante, assim, às atrações descartáveis da sessão da tarde,  feito para públicos especiais.  7,8