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BONEQUINHA DE LUXO (BREAKFAST AT TIFFANY´S)

Este filme de 1961 tem suas qualidades: um belo visual, Audrey Hepburn é realmente encantadora, uma musa, além de ser ótima atriz, o figurino variado que ela ostenta (Givenchy) possivelmente orientou o vestuário (incluindo chapéus) de muitas mulheres daquela época e suas poses e adereços viraram inúmeros posters, a visita à famosa Joalheria Tiffany é memorável (inclusive porque, para as filmagens, a loja foi aberta em um domingo, fato que não ocorria desde o século 19), George Peppard é um ótimo ator e também bonito e elegante -o elenco é na verdade quase todo muito bom-, a parte final do filme é acalentadora (sendo interessante a figura do gato como “estímulo” para o despertar de sentimentos) e a música-tema é uma das canções mais belas já produzidas, em todos os tempos (Moon river), sendo inesquecível sua interpretação por Holly (personagem de Hepburn), com violão e voz na janela/sacada de seu apartamento. Além disso, o diretor foi Blake Edwards, cineasta que se tornaria a partir de então muito importante em Hollywood, dirigindo os filmes da série A pantera cor de rosa, Um tiro no escuro, A corrida do século, Victor ou Vitória?, Um convidado bem trapalhão, Mulher nota 10, entre outros.  Contudo, o roteiro é irregular, na verdade ruim no geral, há diálogos péssimos, alguns muito estranhos, como também são bizarros alguns personagens: o do síndico chinês é simplesmente lamentável, de tão pastelão (Mickey Rooney, caricato). Além dele, o suposto brasileiro do filme tem um sotaque inicial francês e Holly, ao aprender português para viajar ao Brasil, escuta áudios de Portugal.  Não existe uma narrativa interessante e nem motivação/empolgação em praticamente todo o desenrolar do filme. Ao que parece, porém, as qualidades acima citadas foram suficientes para tornar o filme famoso (Audrey tem um papel vital nesse particular, assim como a música), passando a ser supervalorizado através dos tempos. De qualquer modo, ganhou os Oscars de Melhor música e Melhor trilha sonora, nesse ponto, claro, merecidamente.  7,5