A ÚLTIMA MISSÃO (THE LAST DETAIL)
Quando fez este filme, em 1973, Jack Nicholson já havia participado de muitas produções, porém o festejado Chinatown só viria um ano depois e um ano ainda mais tarde o premiadíssimo O estranho no ninho, que o consagrou definitivamente. Mesmo assim, para alguns este foi o seu melhor desempenho no cinema, o que pode ser tranquilamente aceito como verdade, porque sua atuação é efetivamente brilhante e não somente foi indicada ao Oscar de Melhor ator, como lhe rendeu merecidamente a Palma de Ouro em Cannes nessa categoria (1974). É muito bom mesmo esse Jack, com sua pré-calvície assumida – em uma cena ele parece fazer questão de ressaltar o fato, penteando-se demoradamente em frente ao espelho -, presença forte e carisma indiscutível e suas expressões características, com diversidades faciais e os típicos olhos semicerrados. Embora os demais do elenco orbitem em torno dele, também é boa a atuação de Otis Young e ótima a de Randy Quaid, que inclusive também foi indicado ao Oscar, como Coadjuvante. O filme, praticamente um road movie, também concorreu ao Oscar de Roteiro e ganhou o de Montagem. Aliás, seu editor foi o conhecido papa das montagens, Hal Ashby (Ensina-me a viver, Amargo regresso, Muito além do jardim). A história é muito interessante – e talvez surpreenda os que esperavam outro final…-, reunindo força com leveza, seriedade com humor e abordando temas importantes, com destaque para questões de grande humanismo, ao longo de uma jornada de muitos e inesperados acontecimentos e também de emoções; as quais fazem muitas vezes o riso “solto” transformar-se em “amarelo”. Em suma, algo que parece despretensioso, mas que alcança uma profundidade notável. 9,0