BUGONIA

O significado do título deste filme, segundo resumo da IA, é: Bugonia (do grego bous “boi” + gone “nascimento”) refere-se a um antigo ritual agrário descrito em textos clássicos, como as Geórgicas de Virgílio, onde se sacrificava um boi para que abelhas nascessem de sua carcaça, simbolizando renovação e vida a partir da morte. Esta é uma obra totalmente insólita, certamente para públicos especiais e que, com vários momentos intensos, transita entre o drama, o grotesco e o bizarro, até a última cena. De fato, o clima do filme é de permanente suspense e estranheza, até por conta dos personagens, principalmente o do excelente Jesse Plemons (Ataque dos cães, Tipos de gentileza). Seu parceiro, interpretado por Aidan Delbis, não deixa também a normalidade imperar e a personagem da maravilhosa – e favorita do diretor – Emma Stone (Pobres criaturas, La la land) também não se comporta exatamente de acordo com o figurino. Contar mais sobre o filme será estragar as surpresas, mas é uma história totalmente imprevisível e que atrai justamente por isso (além das ótimas performances e das cenas fortes), mantendo nossa curiosidade acesa até o final. Parece tudo uma brincadeira feita pelo diretor Yorgos Lanthimos com o espectador, dando algumas pinceladas camufladas de ironia e/ou crítica social, fazendo com que, no fim das contas, acabemos concluindo por um dos dois caminhos: ou considerando que tivemos uma boa diversão ou simplesmente uma mera perda de tempo. Escolha a sua opção, mas sempre sendo oportuno lembrar que a sátira às vezes sabe se ocultar habilmente (ou por inoperância de quem a apresenta) e, por outro lado, que nem sempre a mensagem real consegue ser totalmente absorvida pelo público, até por questões de estilo ou de forma: principalmente quando se trata de um diretor hermético e totalmente anticonvencional, autor de filmes como O lagosta, O sacrifício do cervo sagrado, Pobres criaturas e Tipos de gentileza. 7,7

____________