ANON
Um thriller policial futurista, de ficção científica e estilo “noir”, que vagamente lembra Blade Runner, o que não é pouca coisa nos dias de hoje, em que tão poucas opções cinematográficas nos fascinam e mostram o mínimo de criatividade. Alguns críticos de certa forma “detonaram” o filme, qualificando o roteiro de fraco, de decepcionante etc. Sugiro esquecer esse mau humor e assistir ao filme, para se ter uma fascinante experiência num mundo em que a privacidade dos cidadãos não mais existe para o Estado, que, assim, combate a criminalidade de uma maneira muito mais fácil e eficaz. Entretanto, existem os riscos e a sombra dos hackers e a estabilidade pode ser subitamente abalada. A partir daí e de um matador misterioso, o filme passa a ser fascinante e apresenta uma belíssima concepção desse mundo em que todos (quase) têm suas vidas sondadas e em que as memórias podem ser compartilhadas. O drama se mistura à busca policial e tudo fica fascinante, no mínimo instigante. E a partir do momento em que determinados poderes passam a ser utilizados, o filme se torna mais imprevisível ainda e realmente espetacular. Emoções e surpresas surgem a cada instante e o espectador fica totalmente refém da história. Pode-se admitir, comparando com Matrix e outros afins de alto nível, que este filme poderia tomar rumos mais complexos; entretanto, desejou optar por uma linha menos densa, embora não menos interessante, até porque afinal a densidade desde o início já se revelou de bom tamanho, plenamente satisfatória e muito acima da média de produções do gênero. Um belo filme, de 2018, a ser descoberto na Netflix, estrelado por Clive Owen (Closer, Rei Arthur, Filhos da esperança…) e pela também ótima Amanda Seyfried (Mank, Cartas para Julietta, Mamma mia…). O diretor é Andrew Nicoll (O terminal, Simone, O show de Truman etc). 9,0