OS DESCENDENTES (THE DESCENDANTS)
Estrelado por George Clooney, é um bom filme, correto em seus detalhes, diferente pelo local onde se passa (ilhas do Havaí), mas a meu ver não justifica o prêmio que ganhou de “Melhor filme/drama” no Globo de Ouro 2012. É inferior, na minha opinião, a pelo menos três de seus concorrentes: “A invenção de Hugo Cabret”, “Histórias Cruzadas” e “Tudo pelo poder” (este, dirigido e interpretado pelo próprio Clooney). É um filme normal – embora não se possa desmerecê-lo a ponto de dizer que sua premiação foi uma “grande injustiça” -, nada que já não tenha visto antes em dezenas de filmes, embora tenha equilíbrio, momentos bons, sensíveis, criativos e com bonita mensagem de solidariedade, de família e de responsabilidade (perante a comunidade, meio ambiente etc.). O diretor é o ótimo Alexander Payne, que dirigiu antes “Eleição”, “As confissões de Schmidt” “Sideways” e “Paris, eu te amo”. Este comentário vai mais como uma homenagem a George Clooney, que efetivamente se tornou um ícone do cinema graças não ao fato de ser galã, mas ao seu trabalho e talento, mostrando com o tempo tratar-se de um competente ator e também diretor. E mais: um sujeito que sabe aproveitar a vida (sem descuidar de sua missão, de deixar marcas profissionais, nos seus filmes corajosos e polêmicos), bem humorado e que tem ótimo relacionamento com os colegas e, principalmente, engajado em movimentos sociais, inclusive contra a pobreza e o racismo. Embora seja ótimo o trabalho de Clooney neste filme, não acho que teve a melhor interpretação da carreira. O prêmio, a meu ver, é, sim, evidente sinal do enorme prestígio do ator, o que deverá fazer também com que concorra ao Oscar. 7,5