NYMPHOMANIAC – VOL 1
Este é um filme de arte, com cenas de sexo, inclusive pequena parte explícito. Quem não gostar do gênero e/ou do diretor, deve realmente passar longe. Ouvi comentários na saída do Cinema como “foi o pior filme que eu vi na minha vida… nojento”. Talvez grande parte do público também receba assim. Mas eu não me senti dessa maneira, até porque conheço alguma coisa da obra do polêmico diretor dinamarquês Lars Von Triers (Dogville, Anticristo, Melancolia), e nada é “comum“ ou “normal” nos filmes dele, que são estranhos, com um clima meio mórbido, porém sempre despertam curiosidade e sentimentos/sensações interessantes. Os filmes dele são sem dúvida originais, instigantes, ousados e ele sempre mantem determinadas características, como a de surpreender, ser sarcástico, desfilar algum eruditismo e fazer provocações, embora sem dúvidas se perceba claramente que tudo é proposital e que existe uma mensagem e um cuidado muito especial também com a forma. Gostei muito, por exemplo, de Melancolia. Mas ele é tão polêmico, que embora considerando o nome deste filme sugerir ser a primeira parte e haver um trailer ao final (nos créditos) do suposto “Volume 2”, fica a dúvida sobre se realmente haverá uma continuação. No caso, como parte de “ser polêmico”, o filme já começa com a tela do cinema escuro, sem nada acontecer, por diversos segundos…e, ainda, no meio, em uma cena séria e bastante dramática, de repente um susto no espectador, como acontece em filmes de suspense e terror…Mas só por nos obrigar a nos despir de moralismos, ficar atentos e pensar um pouco, esse cineasta já merece destaque pelo cinema inusitado que produz. Recursos cinematográficos, interessantes comparações envolvendo sexo, pescaria, matemática… Aqui, com a atriz que vem apresentando como preferida, Charlotte Gainsbourg, mais a excelente Stacy Martin, Stellan Skarsgard e participação especial de Uma Thurman e Christian Slater. Cenas chocantes, muito originais outras, perturbadoras várias: a cena da Senhora H com os filhos é extremamente incômoda (porque real…). Por fim, embora do cartaz conste a frase: “Esqueça o amor”, extrai-se do filme pensamento/filosofia exatamente em sentido contrário…7,7