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O ASSALTO AO TREM PAGADOR

DEDE

Este filme de 1962 (baseado em fatos reais ocorridos dois anos antes) é tido por muitos como um clássico nacional e, de fato, apesar de ter sido produzido há mais de 60 anos ainda guarda na trama alguns traços de atualidade e para a época foi realmente algo inovador. Está na lista da Associação Brasileira de Críticos de Cinema, como um dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos e ganhou diversos prêmios, tendo representado o Brasil em importantes festivais do exterior, como o de Veneza e o de Lisboa. O assalto do título acontece nos primeiros minutos e a partir daí os dramas se desenrolam na vida dos assaltantes, que seguem um plano meticuloso, de fuga e de ocultação do crime. É um filme dinâmico e mostra em algumas cenas imagens nostálgicas e muito interessantes do Rio de Janeiro do início da década de 60. Como é uma obra policial, naturalmente tem muitas cenas violentas e de tiros, que para a época foram tidas como muito bem realizadas. Mas na verdade, revisto hoje, não é um filme perfeito, tem algumas falhas de roteiro e cenas mal feitas (o final é impactante, mas algo duvidoso em termos de coerência), tendo de certo modo sido superestimado, embora como produção nacional efetivamente se destaque, principalmente considerando a época em que foi realizado. O elenco tem muita gente que ficaria famosa no cinema e na TV: Reginaldo Faria, Jorge Dória, Grande Otelo, Ruth de Souza, Luíza Maranhão, Átila Iório, Eliezer Gomes, Dirce Migliaccio e Wilson Grey, entre outros. A direção foi de Roberto Farias, que alguns anos depois dirigiria os filmes de Roberto Carlos (iniciando com Roberto Carlos em ritmo de aventura, em 1968) e vinte anos depois o polêmico Pra frente Brasil. Curiosamente no ano seguinte à produção deste filme, ocorreu um evento parecido, conhecido também como assalto ao trem pagador, só que ocorrido entre a Escócia e a Inglaterra, tendo como protagonista o famoso Ronald Biggs, que fugiu da prisão e acabou morando por mais de 30 anos no Rio de Janeiro. 8,5