32 DE AGOSTO NA TERRA (UN 32 AOÛT SUR TERRE/AUGUST 32ND ON EARTH)
O diretor canadense Denis Villaneuve foi o responsável por inúmeros filmaços, obras realmente magníficas, como Incêndios (além de Sicário e Blade Runner 2049, entre muitos outros). Aqui, embora mantendo das características de suas obras, ele escreveu e dirigiu um filme absolutamente original e com características perfeitas para ser tido como um filme de arte, no caso: entendimento que, se possível, exige tempo e reflexão, desenvolvimento lento e com cenas difíceis, algumas retratando a realidade da ação, outras algo que pode ser um pensamento ou uma lembrança, um roteiro enriquecido por fatos subterrâneos da psicologia humana…Enfim, um filme anticonvencional, mas que na verdade permite ao longo de seu curso a compreensão do intuito que o move e que inicia a partir de um fato violento e inesperado que faz com que a protagonista (interpretada pela canadense Pascale Bussières) resolva reinventar sua vida e daí em diante experimentar novos caminhos (até meio bizarros), embora com a porção e percepção de lucidez de quem pode a qualquer momento escolher outras contingências. Um desses caminhos envolve de forma inusitada um pedido e um amigo, interpretado pelo ator e escritor (também canadense) Alexis Martin, a partir de quando tudo se torna ainda mais imprevisível. Foi o filme escolhido para ser o representante canadense no Oscar 1999 e alguém o definiu como “uma comédia romântica incomum e esquisita”. A verdade é que só o fato de nos atrair a atenção e nos prender até o final e até de nos fazer refletir sobre a vida, o tempo, o destino etc, já faz com que tudo valha a pena. 8,6