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ELIS  

074523-jpg-c_215_290_x-f_jpg-q_x-xxyxxCom uma bela direção de Hugo Prata e uma inacreditável atuação de Andréia Horta (a personificação perfeita de Elis Regina!!!), trata-se de um filme que consegue reconstituir a época na medida suficiente, reconstrói os personagens muitos dos quais hoje são ícones ou ídolos (como Bôscoli, Mieli, Nelson Motta…) e com muito esmero vai mostrando a história da maior cantora brasileira a partir da década de 60, quando chegou de Porto Alegre no Rio de Janeiro e a partir dali criou história na música brasileira. O filme não aprofunda muitas coisas, apenas citando a Bossa Nova, a Jovem Guarda, João Gilberto, os Beatles, mostrando de leve os Festivais e assim por diante, mas isso não importa (embora tenha importado para boa parte do público e da crítica). Porque mostra a história desse mito chamado Elis Regina, sua trajetória e o início da chamada MPB, passando por suas atribuladas relações diversas, seus filhos, mas principalmente mostrando um painel histórico por meio das interpretações de composições extremamente bem escolhidas para cada momento propício e o desenlace como de fato parece ter ocorrido: não por um fato específico, mas por um conjunto de coisas, pertencentes a um universo tão rico, quanto intenso e confuso de sensações, desejos, medos, anseios, que parecem ter invadido inapelavelmente a cantora, deixando-a sem rumo e sem muletas. Eu vivi aquela época – mesmo depois dela (revendo filmes, escutando músicas, acumulando ídolos) – e me identifiquei bastante com o filme. Por isso não tenho como ser neutro e então me declaro absolutamente suspeito para comentar este filme, que efetivamente me proporcionou momentos de intensa emoção e que ainda me acompanham em parte, horas depois de assistir a ele. O que neste caso basta para qualificar esta bela obra, que foi eleita como o Melhor Filme pelo Júri Popular no Festival de Gramado 2016, onde Andréia Horta também ganhou o Kikito de Melhor Atriz.  9,5