UM VERÃO QUE PASSOU (CLASS OF 44)
Os títulos do filme, tanto o original, quanto o “adaptado” para o português, fazem referência ao filme O verão de 42 (Houve uma vez um verão), que na minha opinião é o melhor filme jamais feito sobre o mundo adolescente e os chamados ritos de passagem. Já foi dito que O verão de 42, baseado no livro escrito por Herman Raucher, retrata memórias do escritor, mescladas com um pouco de fantasia, mas que na verdade ele de fato se apaixonou por Dorothy, personagem interpretado pela inesquecível Jennifer O´Neill, reencontrando-a após a edição do livro. E neste filme, feito em 1973, dois anos depois daquele, as referidas memórias abordam um período posterior, onde os mesmos amigos do filme anterior estão juntos, mas em outro estágio da vida, inclusive na época de servir o Exército, sendo o roteiro escrito pelo mesmo Raucher. Poderia até ter dado certo, embora não haja qualquer menção a Dorothy, porém esta continuação é simplesmente desastrosa. É um filme sem sal, com um roteiro desinteressante, com ar de coisas muitas vezes vistas, sem criatividade e sem qualquer elemento ou fato ou personagem capazes de prender, fascinar ou encantar o espectador. Só está aqui pela importante referência ao Verão de 42. Não há qualquer estímulo e também a “mocinha” por mais que se esforce não tem a mínima graça ou empatia. Nosso querido Hermie é, na verdade, a esperança de algo mais consistente ou de algum interesse, mas o que se percebe é que muito pouco resta a ele, a partir da perda de toda a magia do filme anterior e da relação peculiar com os amigos e a apaixonada por Dorothy: este filme deixa claro que todo o sentido e a beleza se perderam e que não há mais nada a dizer sem Jennifer/Dorothy. 7,5