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KÓBLIC

Esta é uma co-produção Espanhola-Argentina de 2016 e que se passa na época da ditadura argentina, nos anos 70. A nota do público e da crítica aponta o filme como apenas regular. Mas eu discordo desse conceito. Achei o filme muito bom. O roteiro não apresenta quase nada de novo, é verdade, mas a questão é justamente essa: nisso reside o mérito da obra, porque um roteiro banal foi transformado em um ótimo filme. Graças ao talento do diretor Sebástian Boreinztein (Um conto chinês) e ao elenco, integrado por Inma Cuesta (La novia), entre outros, mas com uma belíssima atuação de Oscar Martinez (Paulina, Inseparáveis…) e o brilho do sempre magistral Ricardo Darín (Relatos selvagens, Truman, Um conto chinês, O segredo dos seus olhos etc. etc.). Um filme que vai se construindo com segurança e crescente tensão e que em momento algum perde o rumo, apresentando de relance alguns chocantes acontecimentos do regime da época. E aqui reside o senão da crítica: a falta de aprofundamento dos fatos tenebrosos/macabros da ditadura…mas ninguém é obrigado a fazer um filme para contentar os críticos, nem para eleger como fundamental o foco por eles desejado. Um filme, a meu ver, deve ser valorizado não pelo que ele deixou de mostrar, mas sim pelo que ele apresentou, dentro dos caminhos do roteiro e da particular ótica do diretor. E mais: certamente um filme médio de Darín já é superior à maioria dos que circulam por aí: vê-lo atuar é sempre um prazer renovado.   8,5