EU TE MATAREI, QUERIDA ! (MY COUSIN RACHEL)
Mais um título infeliz em português, para não dizer ridículo, mas felizmente logo esquecemos disso. Um drama noir de 1952 com muito mistério e suspense, favorecido pelo correto roteiro, pela trilha sonora e pela excelente fotografia em preto e branco (assim como a direção de arte !), que nos proporciona inclusive algumas imagens impactantes, lembrando em algumas cenas O morro dos ventos uivantes. Muitos diálogos são interessantes (pudera, o filme é baseado em livro de Daphne Du Maurier), mas o que toma conta do filme em sua maior parte são o mistério e o suspense. De início já existe uma suspeita que surpreendentemente se desvanece. Depois, um certo clima para aparecer a personagem feminina principal (cujo rosto conhecemos por saber quem é a atriz) e a seguir as dúvidas sobre justamente essa personagem, qual a sua verdadeira face, quais as suas motivações, qual seu objetivo, afinal? Esse mistério todo é muito bem feito e a ótima Olivia de Havilland (a Melanie de E o vento levou) apresenta uma performance à altura. Entretanto, embora ganhador de alguns prêmios e indicado a outros (inclusive ao Oscar, por um ator coadjuvante que ele não foi neste filme – pois é o principal !), Richard Burton não parece, apesar do esforço e da inegável “presença”, à altura da partner. No quesito beleza, embora Havilland tenha os seus méritos, o destaque vai para a atriz Audrey Dalton. Uma história que obviamente não chega perto da complexidade e da amplitude do livro, mas é bem contada e prende o espectador até o final, que certamente não vai agradar muita gente. O diretor foi Henry Koster (O manto sagrado, Um anjo caiu do céu). 8,5