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CANTANDO NA CHUVA (SINGING IN THE RAIN)

Este filme de 1952 tem a fama de ser o melhor musical já produzido pelo cinema. Merecida. Porque é, de fato, um filme magnífico: leve, divertido, perfeito em seu ritmo, em suas cores e números musicais. Fabuloso, inesquecível. O trio de protagonistas está em sua melhor forma e dispensa maiores comentários: Gene Kelly, Debbie Reynolds e Donald O´Connor. Quem não os conhece ou conhecia, não vai jamais esquecê-los. Inclusive impossível esquecer também dos grandes números musicais do filme (entre os quais a dança extraordinária e que lhe dá título), sendo que alguns deles carregados de quase inimitável magia –como o “Make ´em Laugh”. Vários, não por acaso,  envolvem Donald O´Connor, um excpecional ator e bailarino (desde criança), que participou de muitas produções musicais, mas nunca ganhou a notoriedade merecida, embora tenha vencido o Globo de Ouro no ano seguinte na categoria de Melhor Ator em Comédia ou Musical. De resto, ainda há no filme, entre outras, duas apresentações especiais, estas com a belíssima e atlética Cyd Charisse, uma bailarina maravilhosa mas que paradoxalmente aparece dentro de um contexto em que o filme destoa levemente do conjunto todo, ao apresentar cenas um pouco longas demais: é um trecho levemente cansativo, na parte em que o filme dentro do filme está tendo o seu roteiro reconstruído (com a apresentação dos musicais). Mas o sucesso do filme não se deve apenas aos atores, às atrizes, ao seu ritmo e aos números musicais: o roteiro é também excelente, rico, criativo e muito engraçado, ao se concentrar na época em que o cinema deixou de ser mudo para receber a voz e o som. Há cenas memoráveis nesses trechos da transformação e adaptação dos filmes à nova tecnologia e, com todo o mérito, o filme foi escolhido pelos roteiristas americanos como o de Melhor Roteiro de Musical. O diretor foi o cineasta e também coreógrafo Stanley Donen (Charada, Sete noivas para sete irmãos…), que em determinados momentos contou com o apoio técnico do próprio Gene Kelly, cuja arte é indiscutível. Divertido e inigualável, a tal ponto, que os referidos instantes “a mais” mencionados sequer arranham sua notável qualidade, é uma produção superlativa e que está certamente entre os melhores filmes já feitos para o cinema e incontestavelmente em primeiro lugar dentro do gênero musical.  10,0