BALADA DE UM JOGADOR (THE BALLAD OF A SMALL PLAYER – 2025)

Um filme que de início pode até parecer semelhante a outros que abordaram o tema envolvendo jogos e cassinos, cobiça, vício, riscos, tensões, limites etc; mas não é, tanto pela narrativa original, que é dinâmica, repleta de nuances e facetas (meritórias da ótima montagem), como pela excelente direção de Edward Berger (“Nada de novo no front”, “Conclave”), acompanhada em qualidade pela soberba interpretação de Colin Farrell (o Pinguim da série recente), que seria digna inclusive de um Oscar. Também merecem destaque a trilha sonora de impacto e que acompanha as emoções das cenas e a sempre convincente atuação de Tilda Swinton (“O quarto ao lado”). Trata-se de uma história envolvente, repleta de mistério e que captura o espectador ao lança-lo junto com o personagem em uma trajetória imprevisível. Há muitas cenas em que Lord Doyle experimenta situações extremamente emocionais (de várias espécies) e nas quais Berger com notável perspicácia capta todo o manancial interpretativo de Farrell, o que valoriza sobremaneira o filme. A atração de tudo se resume ao protagonista e ao destino que está construindo para si próprio cada vez mais envolvido em um universo de perigoso fascínio. Na parte final do filme fatos surpreendentes deixarão o público intrigado sobre qual de fato foi a intenção do roteiro, aliás baseado na ótima obra literária – de 2014 – do romancista e jornalista britânico Lawrence Osborne. Netflix. 8,9

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