AS SESSÕES
Filme de marcante delicadeza, absolutamente equilibrado, engraçado, comovente, sem jamais ser piegas, o que não é fácil já que envolve um personagem que só move a cabeça (por conta da poliomielite) e respira parte do dia dentro de um aparelho de ferro: John Hawkes, excelente, tendo concorrido a Melhor Ator tanto no Globo de Ouro, como no SAG. Uma comédia dramática adulta, sensual (surpresa), porém humana: a nudez é mais figurada que física, mas Helen Hunt está em ótima forma, inclusive física (remoçada), tendo concorrido ao Globo de Ouro e ao SAG e também disputa o Oscar, em todos os casos como Melhor Atriz Coadjuvante. Participa também do filme, com seu habitual carisma, William H. Macy, ator camaleão – e praticamente eterno coadjuvante -, aqui no papel de um padre anticonvencional. O filme foi inspirado em personagem real e também com inspiração é dirigido por Ben Lewin, amparado por um ótimo roteiro, com ótima trilha sonora. No fundo, a discussão maior do filme talvez seja sobre a verdadeira definição de amor, seus limites e suas várias facetas, mais do que o direito envolvendo os deficientes físicos (tema abordado, porém, com coragem). Ou, afinal, o direito que todos têm de viver na plenitude de seus limites e o que é que realmente se procura na vida. 8,7